Por mais que o futebol tenha sido dominado pelo marketing, chega um determinado momento em que as máscaras caem. E aí não adianta fabricar culpados, que quase sempre é aquele que não se pode vender na esquina, para manter a imagem do produto principal. O mundo viu que Julio Cesar errou, e ele não esta livre disso,e nem diminuirá sua carreira, é humano! Desumano é colocar a culpa no jogador que ninguem gosta, para manter intacta a pecha de Semi-Deus dada ao goleiro.
A evolução do esporte(sem nenhum saudosismo) nos impõe goela abaixo jogadores que ganham milhões, vendem trilhões e são elevados a categoria de heróis. Um herói não se fabrica num estúdio da Rede Globo, ou numa propaganda de cerveja que soa mais falso do que discurso de Galvão Bueno. Você pode até enrolar por uns instantes, graças a cegueira e catarse coletiva, mas no fim de uma carreira, analisando friamente os números, percebe-se aquele que fugia das divididas, que se preocupava mais com a imagem pública do que com os treinos.
Robinho tem 8 Relações Pública e nenhum preparador físico pessoal. Como resultado tivemos uma overdose de show de malabarismo com piscadinha malandra pra camera, em propagandas das mais diversas. De tv a carro popular.
Nada contra fazer tais propagandas, o duro é ele ter 8 relações públicas e nenhum psicologo para dizer “Ei garoto, isso é só uma fantasia, um produto de marketing, ali voce é ator vendendo carro, voce não erra, e quando erra tem tempo pra fazer de novo, ninguem quer ver isso dentro de campo”
Futebol não é isso, isso é teatro, artes cênicas, e o esporte deixa de ser repensado. Ninguem ousa levantar um debate sobre o esporte, porque afinal é mais fácil para o medíocre recém formado em jornalismo falar da Jabulani e agradar seu chefe não menos patético. Fazer piadinhas infantis do que discutir o aspecto social do Futebol no Brasil que adoramos alardear da boca pra fora. E aí vira uma bola de neve de incompetência, onde até o torcedor é tragado, e um pouco responsável, por se deixar seduzir por mentiras e videotape.
A mídia criou personagens e justamente quem não deveria acreditar na história do herói de capa e espada era o próprio atleta. Mas existe aquele, que hoje é chamado de o anti-atleta justamente por não concordar em ser apenas um produto de marketing, sem voz ativa. Ele treina a exaustão, você nunca o verá fazendo propaganda de cigarro Mallboro. Ele se preocupa primeiro com o dinheiro do pão, da escola dos filhos. Sabe que a fama é efêmera, e que para ser herói, antes de tudo é preciso não ter medo. Ser autentico, falar o que pensa, sem assessoria de imprensa, lutar contra o que considera injusto, aceitar a reserva humildemente, mesmo sabendo que poderia estar entre os titulares. Ser solidário
Não importa a nacionalidade, não importa a massificação da midia, os que contestam ancorados em vendas ou paixões clubisticas. Esse herói um dia aparecerá na sua frente e quando você menos esperar, estará torcendo por ele.
2 comentários:
Chorei porra pelos olhos
Um dos seus melhores posts!
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